A memória dos Santos Nazário e Celso, que viveram em países diferentes, é celebrada na mesma data. Nazário, batizado que foi pelo Papa Lino em Roma, recebeu no grêmio da Igreja o jovem Celso, natural da França, que contava apenas 12 anos de idade.
Nazário nasceu em Roma, ainda no primeiro século da era cristã, era filho de um pagão muito rico, oriundo do norte da África e
sua mãe, uma piedosa cristã natural de Roma, que a Igreja venera com o
nome de Santa Perpétua. Enquanto ele desejava tornar o filho um sacerdote a serviço de um dos
muitos deuses pagãos, ela o queria temente a Deus, no seguimento de
Cristo, por isso o educou dentro da religião católica. Assim, com apenas
nove anos de idade, o menino pediu para ser batizado, definindo a
questão e sendo atendido pelo pai, que algum tempo depois também se
converteu.
Nazário foi batizado pelas mãos do próprio papa são Lino, o primeiro
sucessor de são Pedro, que fez dele um dos seus auxiliares diretos.
Ingressou no exército romano e com ele percorreu toda a Itália, onde
também pregava o Evangelho. Mas, ao ser descoberto, foi levado à
presença do imperador, que o mandou prender. Conseguindo fugir,
abandonou Roma e tornou-se um pregador itinerante, até que, durante um
sonho, Deus lhe disse para sair da Itália. Tinha amor e muita caridade com os pobres, onde iniciou sua
ação evangelizadora e dedicou-se incansavelmente aos enfermos e aos
órfãos, ocasiões em que lhes apresentava em primeiro lugar o caminho
das verdades divinas.
Não tardou que a chama da perseguição nerodiana se levantasse contra
este fiel discípulo de Cristo. Quando encontrava-se na cidade de Milão,
o governador Anolino deu ordem de prisão e, já no dia seguinte,
encontrava-se trancafiado na cela. Sua presença ali tinha uma
finalidade: persuadí-lo para que adorasse aos deuses de Roma, já que
grande multidão seguia os ensinamentos de Nazário. Este, negando-se
veementemente, recebeu como castigo cruel flagelação, sendo em seguida
expulso de Milão.
Dirigiu-se então à Gália, hoje França, onde amplificou sua pregação evangelizadora.
Num domingo, rezando no povoado de Melia, uma mulher chamada
Marionilla aproximou-se com seu filho Celso e pediu para que o batizasse
e o instruísse na fé. Em curto espaço de tempo a graça de Deus
resplandesceu sobre Celso, que assimilou exemplarmente as instruções
celestes que todos os dias recebia do seu mestre espiritual. Com suas
efizaces práticas e exemplo cristão já em tenra idade, aquela "semente"
da qual fala o Evangelho, verdadeiramente caiu em terra fértil.
Nazário, em companhia de seu jovem discípulo, dirigiu-se a Treves, atualmente Trier, na Alemanha, onde fundaram uma comunidade cristã o qual ambos realizaram maravilhosos prodígios e milagres. Alargavam-se,
assim, as fileiras da conversão, fato que culminou em prisão e
imediata sentença de morte. Foram jogados na confluência dos rios Sarre e Mosel e novo milagre ocorreu: em vez de afundar, os dois flutuaram e andaram
sobre as águas. Assustados, os pagãos não tentaram mais matá-los, apenas
os expulsaram do país. Regressaram para a Itália. Em Milão, o governador
Anolino novamente mandou encarcerar Nazário e também a Celso,
condenando-os à morte. Antes porém, da execução, Anolino teve de
consultar o imperador Nero, já que Nazário era cidadão Romano.
Confirmada a sentença imperial, foram conduzidos à praça maior de
Milão, onde foram decapitados em 28 de julho do ano de 68. Os cristãos
recolheram seus cadáveres e os sepultaram em um horto de extramuros.
Mais de trezentos anos depois, precisamente em 395, foi revelado a
Santo Ambrósio (como constam em seus inscritos) o lugar onde
encontravam-se os sagrados despojos. No túmulo de Nazário se achou um
fio de sangue tão fresco que parecia ter sido derramado naquela mesma
hora. Santo Ambrósio os fez trasladar à igreja dos Apóstolos, que
acabara de construir.
Os habitantes de Milão reverenciam os Santos Nazário e Celso como seus patronos.
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