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quinta-feira, 15 de julho de 2010

DISCURSO DO PAPA BENTO XVI NO ENCONTRO COM OS JOVENS

"Há pouco perguntastes-me: como se pode reconhecer a chamada de Deus? Pois bem, o segredo da vocação consiste na capacidade e na alegria de distinguir, ouvir e seguir a sua voz. Mas para fazer isto, é necessário habituar o nosso coração a reconhecer o Senhor, a senti-lo como uma Pessoa que está próxima de mim e me ama. Como eu disse esta manhã, é importante aprender a viver momentos de silêncio interior nos próprios dias para sermos capazes de ouvir a voz do Senhor. Tende a certeza de que se se aprende a ouvir esta voz e a segui-la com generosidade, não se tem medo de nada, sabe-se e sente-se que Deus está com ele, com ela, que é Amigo, Pai e Irmão. Numa palavra: o segredo da vocação consiste na relação com Deus, na oração que cresce precisamente no silêncio interior, na capacidade de sentir que Deus está próximo. E isto é verdadeiro quer antes da escolha, isto é, no momento de decidir e de partir, quer depois, se quisermos ser fiéis e perseverar no caminho. São Pedro Celestino foi antes de tudo isto: um homem de escuta, de silêncio interior, um homem de oração, um homem de Deus. Queridos jovens encontrai, sempre um espaço nos vossos dias para Deus, para o ouvir e para lhe falar!
E aqui, gostaria de vos dizer uma segunda coisa: a verdadeira oração não é minimamente alheia à realidade. Se rezar vos alienar, vos tirar da vossa vida real, estai alerta: não é verdadeira oração! Ao contrário, o diálogo com Deus é garantia de verdade, de verdade consigo próprio e com os outros, e assim de liberdade. Estar com Deus, ouvir a sua Palavra, no Evangelho e na liturgia da Igreja, protege contra os enganos do orgulho e da presunção, das modas e dos conformismos, e dá força para ser deveras livre, também de certas tentações mascaradas de bondade. Perguntastes-me: como podemos estar "no" mundo sem ser "do" mundo? Respondo-vos: precisamente graças à oração. Não se trata de multiplicar as palavras já o dizia Jesus mas de estar na presença de Deus, fazendo próprias, na mente e no coração, as expressões do "Pai-Nosso", que abrange todos os problemas da nossa vida ou adorando a Eucaristia meditando o Evangelho no nosso quarto, ou participando com recolhimento na liturgia. Tudo isto não distrai da vida, mas ao contrário ajuda a sermos deveras nós mesmos em qualquer ambiente, fiéis à voz de Deus que fala à consciência, livres dos condicionamentos do momento! Aconteceu assim com São Celestino V: ele soube agir segundo a consciência em obediência a Deus, portanto sem receio e com grande coragem, também nos momentos difíceis, como aqueles ligados ao seu breve Pontificado, não temendo perder a própria dignidade, mas consciente de que ela consiste em estar na verdade. E o garante da verdade é Deus. Quem O segue não tem medo nem sequer de renunciar a si mesmo, à sua ideia porque "quem tem Deus, nada lhe falta", como dizia Santa Teresa de Ávila."

Catedral de Sulmona, domingo, 4 de Julho de 2010.

Texto completo aqui!

* Achei o português um pouco esquisito, acredito que é português de Portugal

Um comentário:

  1. Camila, o autor eu vou ficar te devendo. Só postei esse texto porque as referências estão todas ali, na Bíblia. E eu chequei uma por uma e coincidiu. Mas o texto, como você disse, é muito bonito e, como eu digo, "aplicável".
    Um grande abraço,
    Fran.

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