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sábado, 15 de maio de 2010

Mulheres aviltadas

Por Mary Beth Bonacci

Traduzido e adaptado por Andrea Patrícia


Elenco de Friends: Joey, Chandler, Phoebe,
Rachel, Ross e Monica



Pornografia entre Amigos* não é coisa para rir



Às vezes os seriados de comédia nos ensinam coisas que eles nem mesmo quiseram nos ensinar.

Eu sempre fiquei incomodada, em Friends, com os personagens masculinos que são todos retratados como consumidores ávidos de pornografia. Isso é tratado como diversão inocente. Em uma cena, Chandler quis fazer algo agradável para se desculpar com Joey, e ele perguntou-se em voz alta, “Como se envia uma cesta de pornografia?”

Mas o episódio da semana passada apresentou uma reviravolta interessante. A turma erradamente pensa que sua companheira Phoebe está estrelando filmes pornô. (Mas na realidade é a sua irmã gêmea, usando seu nome). Quando eles realmente encontram um filme estrelado por “Phoebe”, trazem isto para casa para assistir. Mas Joey não quer olhar para isto. Ele se senta de costas para a TV, dizendo “Vocês não podem assistir isto! É Phoebe! Isto é doentio!”

Hummm. Por que é certo — até inocente — assistir aqueles filmes quando ele não conhece as pessoas envolvidas, mas “doentio” quando é alguém que ele conhece? Por que tudo muda de repente?

A resposta pode ser resumida em uma palavra: luxúria.

É importante entender o que a luxúria é e o que não é. E, felizmente, nós temos João Paulo II para explicar isto para nós. Luxúria, de acordo com o JPII, não é a mesma coisa que atração sexual. A atração sexual é uma parte normal de nossa “rede elétrica”. Os homens foram feitos para estar fisicamente atraídos pelas mulheres, e vice-versa. É uma grande parte da motivação para nos manter juntos e fazer bebês, e deste modo povoar este mundo e o próximo.

Atração sexual, como eu mencionei em outra coluna recente, está corretamente ordenada quando for parte do que JPII chama o “armazém de virtudes.” Em outras palavras, quando nós virmos uma pessoa como uma imagem e semelhança de Deus, e nos sintamos levadas a nos entregar àquela pessoa por amor, então a atração sexual está corretamente ordenada.

A luxúria vira tudo de cabeça para baixo. A pessoa se torna nada mais do que um meio para satisfação sexual de outro. Em nenhuma parte isso é mais verdadeiro do que na pornografia, que é absolutamente e completamente desumanizante. Estas mulheres não são vistas como mulheres. Elas são vistas como coisas. Certo, Hugh Hefner pode publicar alguns pequenos fatos sobre seu pôster mais recente (data de aniversário, formação, flor favorita, o que seja), em um esforço para humanizá-la. Mas eu imaginaria como são bem difíceis de ler aqueles dados enquanto se está segurando a revista lateralmente. Não funciona.

E ele não pode funcionar. Os homens que lêem Playboy não querer estas mulheres para ser humanizadas. Eles as querem desumanizadas. Afinal, eles não estão fantasiando sobre ter conversações intelectuais com estas mulheres. Eles não estão fantasiando sobre estas mulheres de forma alguma, exceto como corpos despersonalizados.

A pornografia é degradante. Degrada e nega a imagem e semelhança de Deus nestas mulheres, tornando-as meros meios para satisfação sexual egoísta. Mas tem mais. Ao fazer isto, o leitor se degrada, bem como o “consumidor” de pornografia.

As imagens sexuais são muito fortes. Elas ardem na mente de um modo que nada mais faz. Existe uma razão para isto, claro. A intensidade de imagens sexuais deveria ser mais uma linha ligando o marido e a esposa. Quando suas imagens sexuais são limitadas de um para o outro, então a força daquelas imagens realmente contribui para a força e vitalidade de seu casamento.

Mas quando aquelas imagens entram no cérebro por outros meios, tome cuidado. Quando nós desumanizamos as pessoas sexualmente em nossas mentes, nós desumanizamos a sexualidade e ponto final! Nossos cérebros não podem separar o sexo em dois reinos diferentes, “amando” e “usando.” É tudo ou nada. Consumidores tão ávidos por pornografia, com o passar do tempo, perdem sua habilidade de se entregar amorosamente dentro do casamento.

Eu vi isso acontecer inúmeras vezes. Um marido gasta tempo demais na internet ou com suas revistas, e perde o interesse em fazer amor com sua esposa. Freqüentemente ele começa a procurar por sexo em outro lugar, com pessoas que ele não conhece, ao mesmo tempo. Parece estranho, no mínimo. Por que procurar em outro lugar quando ele tem uma esposa em casa?

Mas “fazer amor” e “fazer sexo” são duas coisas muito diferentes. Uma vez que ele desumanizou mulheres o suficiente, o único caminho para fazer sexo com sua esposa é desumanizá-la também. E se ele ainda tem suficiente decência para se recusar a fazer isto, ele fica sem saída sexualmente, exceto com outras mulheres que ele pode desumanizar. Esposas, claro, não entendem isto, e tomam a rejeição pessoalmente. Ficam devastadas. Mas, como eu ouvi um especialista (cujo nome me escapou agora) descrever isto, esperar que alguém assim encontre satisfação no sexo matrimonial mais amoroso é como esperar que um alcoólico encontre mais satisfação bebendo mais água. São duas substâncias completamente diferentes.

A pornografia não é “inocente.” Toda mulher representada naquelas imagens é irmã de alguém, filha de alguém, é amiga de alguém. Ela é uma imagem e semelhança de Deus. Tratá-la como menos do que isso a degrada. Degrada os homens que a vêem daquele modo. Degrada-nos como uma sociedade. Degrada a dádiva incrível, maravilhosa da sexualidade. Eu espero que Joey e Chandler descubram isso logo.

 

Original em Real Love
Nota da tradutora:
*referência a série da televisão norte-americana Friends.

http://rosamulher.wordpress.com/2010/05/10/mulheres-aviltadas/

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