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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Procura as virtudes de tua vocação


Aprende onde está a prudência, onde está a força, onde está a inteligência...” (Br 3,14).


Tens atualmente uma única obrigação: servir-me como eu quero ser servido, na situação em que permiti que te colocasses. Depois desta obrigação máxima, tens naturalmente obrigações secundárias: para contigo mesmo, para com a tua família, para com teu superior ou empregador e para com a mesma sociedade. Cumpre com todas estas obrigações. Mas, não te prendas tanto com o que é menos importante, deixando de lado o que é muito mais.

Para um pai ou mãe de família, a própria família é mais importante que o trabalho ou a profissão, eu as orações ou devoções particulares. Para uma criança, a obediência antes de tudo. Este é meu plano. Este foi meu exemplo. Quando cheguei aos doze anos, à maioridade, conforme o costume de meu povo, fui ao templo e sentei-me no meio dos que ensinavam. Naquela ocasião eu podia ter começado minha vida pública, mas conhecendo a aflição de minha mãe, voltei para Nazaré e lá fiquei durante 18 anos “sujeito”, contente com meu estado de vida.

O que quero que aprendas é que te conformes com a tua situação presente e não sonhes com o que seria mais atraente para a tua fantasia.

Cada estado de vida tem suas virtudes particulares. A virtude dos pais é a paciência para tratarem com os filhos. A dos esposos de se amarem mutuamente. A dos filhos, a obediência. A virtude de um sacerdote é uma, a de uma freira, outra, a de um homem de negócios ou a de um médico é outra também. A mesma virtude é praticada de forma diferente em cada estado de vida. Dar aos pobres é conselho de perfeição e é caridade num grau muito elevado. Mas, esta mesma caridade proíbe ao pai de família vender seus bens necessários para fazer esmolas aos pobres; mais, obriga-o a empregar os meios convenientes e necessários com o fim de garantir o bem-estar aos seus.

Eu mando que rezes. Mas, eu prefiro ver uma dona de casa, na cozinha, cozinhando e fazendo limpeza, quando é tempo de cozinhar e de limpar, do que vê-la ajoelhada, diante de mim no Santíssimo Sacramento.

Pensas que olho para ti com desagrado, quando te vejo fazendo aquelas coisas que são de tua obrigação? Eu estou muito mais unido contigo, quando estás ocupado com as tuas obrigações, mesmo que não penses em mim, do que quando estás procurando rezar com toda a tua atenção em mim, mas negligenciando teus deveres.

Teu trabalho feito por amor e obediência mim, é uma verdadeira oração. É oração real, é amor em ação.

Entendes agora o que quero dizer quando te peço que pratiques as virtudes de teu estado de vida e que não sigas tua imaginação, se queres ser aquilo que eu desejo?

O religioso ou a religiosa têm sua regra de vida. O esposo, a esposa, o pai, a mãe, o solteiro, a criança, todos têm também sua regra: os deveres de seu estado.

Aceita tua situação atual e cumpre tuas obrigações como eu as aceitei e as cumpri séculos atrás, na minha Palestina.

Estás acabrunhado pela monotonia? Eu tive também. Aceita-o! Não te compreendem? Não me compreenderam também. Aceita-o! Desanimas porque vês teus planos não se realizarem? E não foi desanimador para mim, na espera de minha morte, ver meus apóstolos discutindo sobre quem deveria ocupar o primeiro lugar? Não terá sido desanimador para mim, ver-me rejeitado por aqueles a quem eu vim salvar? Aceita-o! Ficas decepcionado com aqueles com os quais tens de trabalhar e viver? E não foi decepcionante para mim, depois de ter escolhido meus doze discípulos, ver um deles tornar-se, primeiro ladrão e depois traidor? Aceita-o! Acontece que tua vida presente te leva a situações em que a dor parece ser maior do que podes suportar? Compara-a com minha dor na noite do Getsêmani, quando o peso dos pecados de toda a humanidade caiu sobre meu coração, me prostrou numa agonia em que o sangue arrebentando os poros, escorria pela minha face e por todo o meu corpo. Aceita-o!

Aceite tua situação presente. É a melhor para ti, agora. Os filhos que eu dei aos pais e os pais que eu dei aos filhos são os melhores para estes e para aqueles. Estes filhos e aqueles pais, todos fazem parte de meu plano. Este empregador ou superior, este empregado ou subordinado são os melhores, uns para os outros, na presente situação. Amanhã pode ser diferente. Hoje eles me servem nesta situação especial.

Sê o que eu desejo. Aceita tua posição no meu plano. E eu te digo que teus caminhos serão de amor e de fé, porque meus olhos pousam sobre aqueles que me procuram e eu os levarei à alegria.

ENZLER, Clarence L. Cristo minha vida. 20ª edição. São Paulo: Paulinas, 1989.
 
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