por Yahoo!Notícias
O papa Bento XVI expressou nesta sexta-feira sua preocupação pelo auge das igrejas evangélicas na América Latina e África.
Na conversa com jornalistas a bordo do avião que o leva a Cotonou,
capital do Benin, o papa afirmou que frente a esse desafio a Igreja
Católica tem que oferecer uma mensagem simples, profunda e
compreensível.
O papa afirmou que as igrejas evangélicas estão crescendo porque
expõem uma mensagem aparentemente compreensiva e uma liturgia
participativa que, na realidade, consiste no "sincretismo de religiões".
"Isso garante um êxito, mas também resulta em pouca estabilidade",
ressaltou. O religioso disse que é muito importante que o cristianismo
não se conceba como um sistema difícil, e tenha uma mensagem universal.
Bento XVI acrescentou que muitas vezes esses fiéis voltam à Igreja
Católica ou adotam outras igrejas pentecostais. Por isso, o papa defende
uma mensagem "simples, profunda e compreensível" para que não aconteça
uma fuga de cristãos para estas igrejas.
O religioso disse exigir reconciliação, justiça e paz nas guerras que
ainda existem na África. "Muitas vezes as palavras foram maiores que as
intenções, que a vontade de realizar esses acordos", disse em encontro
com jornalistas em cúpulas sobre a pacificação do continente.
O papa pediu aos políticos e às pessoas que enxerguem além do
egoísmo. "A África é um grande pulmão espiritual para uma humanidade em
crise de fé e esperança", afirmou.
Bento XVI lembrou que em 50 ou 60 anos de independência, a maioria
dos países africanos tiveram que enfrentar processos muito rápidos de
mudança. "A humanidade se encontra em processo cada vez mais rápido de
transformação, e para os povos africanos é um processo difícil, que
exige a colaboração de todos", ressaltou.
Entretanto, o papa defende que a África tem muito a mostrar ao mundo.
Para ele, o continente tem um "frescor" e "uma juventude cheia de
entusiasmo", e que apesar dos problemas, há "uma reserva de vida e de
futuro" que todos temos que levar em conta, ressaltou.
O papa destacou que vai o Benin porque é "um país que recuperou a
democracia, no qual há paz, liberdade, responsabilidade e justiça, e as
religiões convivem no meio de um respeito recíproco".
No país, o religioso também prestará homenagem ao cardeal Bernardin
Gantin, morto em 2008: "Era um humanista, um homem de fé e um grande
bispo africano muito inteligente", afirmou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário