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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Biografia dos Santos: Santa Adelaide, Imperatriz do Sacro Império

Se é difícil praticar a virtude no auge da glória temporal, também o é em meio às maiores tribulações. Santa Adelaide soube manter, em ambas circunstâncias, uma firmeza na virtude, que faz dela não só uma grande Santa, mas também uma grande Imperatriz.
Plinio Maria Solimeo 

Filha do Rei Rodolfo II, da Borgonha, e de Berta, da Suábia, Adelaide nasceu no ano de 931. Em meio ao fausto da corte, teve pais piedosos e hábeis educadores, que souberam inspirar-lhe o amor à virtude, à disciplina e à mortificação. Aos 16 anos casou-se com Lotário, filho do rei da Itália. Preparou-se para receber o sacramento do matrimônio com orações, esmolas e boas obras. E levou para o novo lar, como seu maior ornamento, sua piedade e virtude.

Adelaide sabia que o bom sucesso de um casamento depende em geral da esposa, que pode influenciar muito o marido. Por isso, procurou adaptar-se ao caráter de Lotário, passando por cima de suas manias e mau gênio, para conviver com ele na mais perfeita harmonia. Uma filha, a que deram o nome de Ema, veio alegrar-lhes o lar. 

Quando tudo parecia sorrir-lhes, eis que a mão do infortúnio bate por vez primeira às suas portas: o marido perde o trono e a vida. O usurpador, Berengário II, de Ivrea, quis forçar Adelaide a casar-se com seu filho, para legitimar a usurpação. Ela recusou-se, e foi por isso aprisionada no castelo de Garda, às margens do lago de mesmo nome.

Alguns meses mais tarde, com o auxílio do capelão, consegue fugir por meio de uma corda, através de uma janela, e refugiar-se no castelo-fortaleza de Canossa. Berengário vai-lhe ao encalço. Adelaide chama em seu socorro o rei da Alemanha, Oto. Este vence o inimigo, e como era também viúvo, casa-se com a rainha destronada. Isso lhe dava novos direitos sobre a coroa da Itália.

Alguns anos depois, indo em auxílio do Romano Pontífice, deste recebeu a coroa do Sacro Império Romano Alemão. Oto I será o único imperador, a partir da Idade Média, a merecer da História o título de Grande

Outra vez no auge do poder, Adelaide perdoa seus perseguidores; e obtém mesmo para Berengário o reino da Itália, sob a condição de o administrar como feudo da coroa alemã.

Na corte, Adelaide tem a alegria de encontrar-se com a rainha-mãe, Santa Matilde, também modelo de virtude e santidade, que muito a ajudou com sua experiência no trono e na piedade. 

À medida que sua fortuna aumentava, Adelaide aumentava também suas liberalidades para com os necessitados. Socorria principalmente as viúvas, os órfãos e os anciãos. O dinheiro que seu marido lhe dava para jóias e toalete, empregava-o em pagar dívidas de infelizes, fornecer roupa aos miseráveis e proporcionar-lhes um local digno para viverem. Quanto a si, vestia-se segundo a modéstia cristã, porque temia que, por frivolidade no vestir, pudesse vir a ser causa de pecado ou escândalo para outros.

Depois de dar à luz dois filhos, que morreram em tenra idade, nasceu-lhe o terceiro, a quem foi dado o nome de Oto, como o pai, e que seria o futuro Oto II. Adelaide levou-o à capela e o ofereceu a Deus, dizendo que, caso ele viesse a ser mais tarde vítima do pecado e da sedução do mundo, ela consentia voluntariamente em sua morte.

Ela mesma foi sua educadora, auxiliada pelo cunhado, São Bruno, Arcebispo de Colônia, e pelo Pe. Gerbert. Eles se esforçavam em incutir no jovem príncipe uma grande submissão à Igreja, como Mãe e Mestra da Verdade, e a sempre defendê-la, se necessário com armas. A Imperatriz freqüentemente levava também seu filho, em suas visitas aos pobres e aos doentes, para que ele se tornasse assim sensível às misérias de seus futuros súditos. 

Adelaide aproveitou para fundar muitos mosteiros e ajudar outros existentes. Escolheu como seu diretor de consciência Santo Adalberto, Arcebispo de Magdeburgo, e sob sua direção fez muitos progressos na virtude. Ela vivia em boa inteligência com seu marido, sempre a ele submissa, nada empreendendo sem seu consentimento. Por suas atenções e amabilidade, ela sabia aligeirar o fardo que ele tinha que carregar, por isso o falecimento do Imperador, em 973, provocou em sua esposa profunda dor. 

Oto II quis que sua mãe, que  não contava senão 42 anos, o auxiliasse na regência do Império, mas aos poucos foi sendo influenciado por sua esposa Teofania, ciumenta e ambiciosa, que não queria compartilhar com a sogra a influência sobre o marido. Este foi se tornando cada vez mais frio com sua mãe, até o ponto de não tolerar mais seus avisos e conselhos. Adelaide resolveu partir e ir viver com seu irmão Conrado, Rei da Borgonha, que a recebeu com as honras devidas à sua alta posição.

As pazes foram feitas entre mãe e filho, por mediação de São Maiolo, abade de Cluny. Oto, entretanto, faleceu repentinamente aos 29 anos, e Adelaide foi chamada novamente para exercer a regência em favor de seu neto, Oto III. Contudo, Teofania continuou suas perseguições à sogra, que só terminaram quando a morte, vista por muitos como punição divina, a levou deste mundo.

Adelaide era muito amada por seus súditos, e lembrava a eles a grandeza do tempo de Oto I. Ela aproveitava essa popularidade para ir ao encontro dos necessitados e para fundar conventos e mosteiros, que via como fontes de sabedoria e santidade. Nos seus tempos livres, confeccionava paramentos sacerdotais e alfaias para os altares das igrejas pobres. Dedicou-se também à conversão dos povos ainda pagãos, despendendo grandes quantias para enviar missionários que levassem a luz de Jesus Cristo àqueles que estavam ainda longe da verdadeira Fé. 

Assim foi até que seu neto Oto III, chegando à maioridade, também se mostrou ingrato para com ela, levando-a a afastar-se novamente da corte. Visitou a abadia de Cluny, cujo abade Santo Odilon ficou tão impressionado com suas virtudes, que se tornaria depois seu biógrafo. 

Sua filha Ema, tornada rainha da França, foi ao seu encontro com seu esposo, pedindo-lhe que se fixasse em Paris. Mas ela queria primeiro fazer algumas peregrinações, e sobretudo reconciliar seus sobrinhos, que disputavam o reino da Borgonha. Sua saúde, entretanto, estava muito abalada pelos contínuos sofrimentos. E faleceu junto à Abadia de Seltz, assistida pelos monges beneditinos, em 16 ou 17 de dezembro de 999, na idade de 68 anos.

Canonizada em 1097 por Papa Urbano II.

Texto completo aqui.
Fonte: Wikipédia e Catolicismo, revista de cultura e atualidades.

Um comentário:

  1. A imagem é de Santa Gúdula, que está na Catedral de Bruxelas.

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