O trabalho não é tudo na vida
ROMA, segunda-feira, 7 de dezembro de 2011 (ZENIT.org)
- A diferença de tratamento e de oportunidades entre homens e mulheres
na sociedade diminuiu significativamente em diversas áreas, tais como o
acesso à saúde e à educação, mas, não acontece o mesmo no campo do
trabalho. Enquanto isso, hoje, tem havido uma grande mudança: os jovens
trabalhadores ao contrário de antes, pensam como as mulheres, que a
carreira não é tudo na vida.
O indicam os dados do estudo Closing
the gap, publicado no The Economist do passado 26 de Novembro, e
analizado num artigo do diário vaticano L'Osservatore Romano.
A diferença entre homens e mulheres, diz o estudo, ainda se registra principalmente nas oportunidades de carreira e de salário.
O dossiê constata que, depois da euforia dos anos 90, os resultados
atuais deixam uma frustração forte. Em particular surge a dificuldade de
conciliar trabalho e maternidade, especialmente quando se considera que
a tarefa das crianças não deva ficar exclusivamente a cargo das
mulheres.
Além disso, nota-se uma forte ausência feminina na gestão
empresarial. Isto, apesar de vários estudos terem mostrado que as
mulheres na chefia de empresas ou de seu conselho de administração
levaram a resultados muito bem sucedidos.
O estudo realizado pelo The Economist, explica algumas razões que
criam a diferença, e indica como primeira coisa que o mundo do trabalho é
organizado com regras criadas há várias décadas atrás, nascidas com uma
ideia de paridade, diferentes das existentes quando o marido trabalhava
e a mulher ficava em casa.
As novas regras, portanto, davam o mesmo tratamento a ambos, o que o
estudo indica como errado porque o problema não é resolvido aplicando as
mesmas regras, já que as mulheres são diferentes.
Segundo: porque é errado pensar que ser mãe não afeta a carreira,
ainda que tenham menos filhos ou os tenham mais tarde. É só pensar que é
neste período que as suas colegas iniciam a programar suas carreiras.
Terceiro: as mulheres podem se tornar inimigas de si mesmas, ao não
ter as devidas possibilidades no campo laboral: são muito escrupulosas,
menos seguras e se autopromovem menos, não costumam dar sua opinião se
não estão absolutamente seguras.
E por último, a discriminação mais sutil: enquanto os trabalhadores
são promovidos pelas suas potencialidades, as trabalhadoras, ao
contrário, o são pelo que realmente conseguem, ou seja, que avançam mais
lentamente.
O estudo dá uma indicação importante: os homens jovens, que entram no
mundo do trabalho, o vem de maneira diferente do concebido pelos seus
pais.
Estão menos obcecados pela carreira e mais interessados em encontrar
um equilíbrio razoável entre o trabalho e o resto de sua vida e é isso o
que as mulheres querem já faz um tempo, diz o semanário. Um novo fator
que os empregadores não poderão ignorar.
O artigo da jornalista italiana Giulia Galeotti, publicado no jornal
Vaticano, analisa os dados e indica que o estudo também mostra que não
vale o modelo masculino, tomado como indicador pela emancipação feminina
dos anos sessenta.
E que a realidade revela que as mulheres não renunciam do que elas
são, e que, além do mais, ensinam algo aos homens: o equilíbrio entre o
trabalho e o resto da vida. E conclui que "depois de tantas afirmações
teóricas de admiração e reconhecimento, os homens decidem aplicar à sua
vida uma parte importante da opção que move a existência feminina."
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