por Portal UM

Johnson, que se submeteu a dois abortos e
que trabalhou durante anos em uma clínica que os realizava, recorda na
obra o momento em que soube que não devia seguir com seu emprego.
A autora conta que um dia foi solicitada
para praticar um aborto com ecografia e que, enquanto sujeitava a sonda
e via o perfil do feto de 13 semanas, desejou não estar ali.
"Não podia imaginar até que ponto esses
dez minutos sacudiriam a base sobre a qual se assentavam meus valores e
terminariam mudando minha vida", assegura no livro. Assim, relata como o
médico introduziu a cânula e quando o feto a sentiu, este começou a dar
chutes. Depois, conforme afirma, ligaram o modo sucção e viu "um corpo
minúsculo retorcer-se violentamente".
Johnson espera que suas lembranças
toquem a consciência dos que ainda seguem trabalhando, embora advirta de
que esses empregados "não são o inimigo" pois, segundo ela, são "boas
pessoas que foram mal informadas" e que, na realidade, procuram o mesmo
que os que opõem o aborto, quer dizer, ajudar a mulher, mas não
da"melhor" forma.
"Os trabalhadores e voluntários de ambas
as partes têm como objetivo ajudar a mulher e sua família e
oferecer-lhe a melhor atenção", assegurou, ao mesmo tempo que
concretizou que a diferença está em que "os que apóiam o aborto a ajudam
no preciso momento da crise enquanto que os pró-vida o fazem em longo
prazo, olhando para o que é melhor para a mulher".
Dor pelo resto da vida
Além disso, explicou que, normalmente, o
aborto deixa a mulher com seqüelas de "dor, culpa e sobrecarga
emocional" que, em muitos casos, podem durar "pelo resto da vida". Do
mesmo modo, assinalou que "não só a mulher sai ferida, mas junto com ela
toda a família e as pessoas próximas provocando um "efeito dominó".
Conforme indicou, antes ela mesma era
defensora do lema "meu corpo, minha eleição", mas afirma que agora
percebe o efeito que seus dois abortos tiveram em sua família e lamenta
que seus pais poderiam ser avós de outros dois netos se ela não tivesse
escolhido abortar.
O livro traduzido ao espanhol será apresentado na Universidade CEU San Pablo de Madrid no próximo 20 de dezembro às 19:30h.
Na Espanha foram publicadas esta
terça-feira as cifras dos abortos realizados durante o ano 2010. Em
total, foram registrados 113.031 abortos, uma cifra que supõe 1,3 por
cento a mais do que em 2009, quando mulheres 111.482 abortaram, conforme
informou o Ministério de Saúde espanhol. Em cifras absolutas, o aumento
foi de 1.550 abortos.
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